Setembro Amarelo é o mês para falar sobre suicídio.
Trazendo este tema para o ambiente corporativo, levantamos a questão “como os profissionais de Recursos Humanos podem ajudar o colaborador que indica cometer suicídio“?
Para responder essa pergunta, encontramos 10 recomendações de psiquiatras entrevistados pelo Dr. Drauzio Varella.
Gestor de pessoas: por que é importante falar no assunto
A maioria das pessoas passam mais tempo de sua vida no trabalho. Embora não se tenha estudos no Brasil sobre suicídios em ambientes de trabalho, dados mostram como o cotidiano corporativo afeta a saúde do trabalhador na sua vida pessoal.
As doenças mentais e emocionais estão crescendo a cada ano. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a depressão será a doença mental mais incapacitante do mundo até 2020.
O Brasil é campeão de casos de depressão na América Latina. Quase 6% da população, um total de 11,5 milhões de pessoas, sofrem com a doença, segundo dados da OMS.
Fatores de risco
A cartilha “Suicídio: informando para prevenir”, produzida pela Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) e pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), destaca dois fatores de risco principais para o suicídio:
Tentativa prévia: Pessoas que já tentaram tirar a própria vida têm de cinco a seis vezes mais risco de tentar outra vez. Estima-se que 50% daqueles que se suicidaram já tinham tentado antes.
Doença mental: Quase todos os indivíduos que se mataram tinham algum transtorno mental, em muitos casos não diagnosticado, não tratado ou não tratado de forma adequada. Os mais comuns são: depressão, transtorno bipolar, alcoolismo, esquizofrenia e abuso de drogas.
Síndrome de burnout (esgotamento profissional)
A síndrome de burnout é um distúrbio psíquico caracterizado pelo estado de tensão emocional e estresse provocados por condições de trabalho desgastantes.
O sintoma típico da síndrome de burnout é a sensação de esgotamento físico e emocional que se reflete em atitudes negativas, como:
- Ausências no trabalho
- Agressividade
- Isolamento
- Mudanças bruscas de humor
- Irritabilidade
- Dificuldade de concentração
- Lapsos de memória
- Ansiedade
- Depressão
- Pessimismo
- Baixa autoestima
- Sentimentos de fracasso e insegurança
10 recomendações para ajudar uma pessoa que está pensando em suicídio
- Converse sem julgar.
- Tenha uma abordagem acolhedora e sem nenhum tipo de preconceito.
- Demonstre interesse pleno em ajudar.
- Mostre-se disponível sempre quando alguém quer conversar sobre suas emoções.
- Estabeleça o diálogo em locais fechados, de preferência em um ambiente confortável.
- Não adie ou arrume desculpas para evitar o assunto.
- Evite usar expressões que diminuem o que a pessoa sente, como “isso não é nada”, “tem gente em situação muito pior” ou que a façam se sentir ainda mais culpada, como “não avisei que isso ia acontecer?” ou “foi você que procurou isso”.
- Faça perguntas que vão dimensionar em que fase do processo está.
- Estimule a busca por atendimento médico e psicológico, mas não force ou obrigue.
- Tenha empatia e se ofereça para marcar uma consulta, acompanhar no dia e se mostrar disponível, mas sem pressionar.
Nem sempre é fácil a decisão de buscar ajuda. As pessoas não compartilham seus sentimentos por vergonha e na solidão acabam tomando decisões para acabar com a dor.
Por isso, todo apoio é importante.
Fontes: Redação blog Nocta; Dr.Drauzio Varella; Estadão