O Novembro Azul é uma campanha de conscientização realizada por diversas entidades para alertar os homens e a sociedade sobre as doenças masculinas, com ênfase na prevenção e no diagnóstico precoce do câncer de próstata.
No Brasil, o câncer de próstata é o segundo mais comum entre os homens (atrás apenas do câncer de pele não-melanoma), segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA).
Como surgiu o Novembro Azul?
O movimento surgiu na Austrália, em 2003, chamado Movember, aproveitando as comemorações do Dia Mundial de Combate ao Câncer de Próstata, realizado no dia 17 de novembro.
No Brasil, o Novembro Azul começou com o Instituto Lado a Lado pela Vida, para disseminar informações sobre os fatores de risco e incentivar que os homens procurem ajuda médica.
Com o passar dos anos, a campanha atraiu cada vez mais participantes e se espalhou em diversos paises. O curioso é que o movimento traz como símbolo o bigode – além da fita azul.
Por que é importante falar sobre o câncer de próstata?
No Brasil, um em cada seis homens tem esse tipo de câncer, segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca). O câncer de próstata cresce lentamente e silenciosamente, por isso é importante conhecer os sintomas que podem indicar a doença.
Para o diagnóstico precoce, o Ministério da Saúde recomenda aos homens acima de 50 anos que procurem um médico urologista para conhecer os fatores de risco, principalmente se há histórico da doença na família, assim como a possibilidade de realizar exames.
É importante ressaltar que o Novembro Azul é um movimento que visa, principalmente, alertar para os fatores de risco e incentivo aos hábitos que são preventivos. Não há recomendações do MS ou do INCA sobre exames de rotina.
O que aumenta o risco?
A idade é um fator de risco importante, uma vez que tanto a incidência quanto a mortalidade aumentam significativamente após os 50 anos.
- Pai ou irmão com câncer de próstata antes dos 60 anos, podendo refletir tanto fatores genéticos (hereditários) quanto hábitos alimentares ou estilo de vida de risco de algumas famílias.
- Excesso de gordura corporal aumenta o risco de câncer de próstata avançado.
- Exposições a aminas aromáticas (comuns nas indústrias química, mecânica e de transformação de alumínio) arsênio (usado como conservante de madeira e como agrotóxico), produtos de petróleo, motor de escape de veículo, hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (HPA), fuligem e dioxinas estão associadas ao câncer de próstata.
Sinais e sintomas
Em sua fase inicial, o câncer da próstata tem evolução silenciosa. Muitos pacientes não apresentam nenhum sintoma ou, quando apresentam, são semelhantes aos do crescimento benigno da próstata (dificuldade de urinar, necessidade de urinar mais vezes durante o dia ou à noite). Na fase avançada, pode provocar dor óssea, sintomas urinários ou, quando mais grave, infecção generalizada ou insuficiência renal.
Sinais e sintomas que devem ser investigados:
– Dificuldade de urinar
– Diminuição do jato de urina
– Necessidade de urinar mais vezes durante o dia ou à noite
– Sangue na urina
*Esses sintomas também são comuns a outras doenças urológicas e infecções urinárias. Por isso, é importante que sejam investigados por um médico.
Diagnóstico
O câncer da próstata pode ser identificado com a combinação de dois exames:
Dosagem de PSA: exame de sangue que avalia a quantidade do antígeno prostático específico
Toque retal: como a glândula fica em frente ao reto, o exame permite ao médico palpar a próstata e perceber se há nódulos (caroços) ou tecidos endurecidos (possível estágio inicial da doença). O toque é feito com o dedo protegido por luva lubrificada. É rápido e indolor, apesar de alguns homens relatarem incômodo e terem enorme resistência em realizar o exame.
Hábitos que ajudam a diminuir o risco de ter câncer de próstata
– Manter o peso corporal adequado
– Ter uma alimentação saudável
– Não fumar
– Praticar exercícios físicos regularmente
Fontes: INCA; Dr. Drauzio Varella; Ministério da Saúde
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